Villa-Lobos ao violão - Prelúdios 1, 2 e 3
Descrição
Neste vídeo interpreto as obras para violão solo chamadas Prelúdio n.º 1, Prelúdio n.º 2 e Prelúdio n.º 3 compostas para violão solo de Heitor Villa-Lobos (1887 - 1959), obras de grande popularidade no repertório do violão clássico e que ocupam um relevante espaço na história do violão mundial. Villa-Lobos é um compositor reconhecido mundialmente pela sua obra para violão, tendo escrito algumas poucas obras no início de sua carreira, e apenas em 1940, já um compositor maduro, compõe os Cinco Prelúdios para violão solo, dedicada à companheira Arminda Villa-Lobos. A obra foi publicada comercialmente em 1954, e essas peças marcam um ponto de equilíbrio entre as obras iniciais mais simples para violão (como as que compõem a Suíte Popular Brasileira) e as obras revolucionárias que viriam mais tarde, Os 12 Estudos para violão. No início da adolescência, Villa-Lobos teve seus primeiros contatos com o violão. Villa-Lobos ia de encontro as rodas dos chorões – gente mais velha do que ele, e que no Rio de Janeiro do princípio do século fazia música popular e brasileira. O choro, que apareceu no Rio de Janeiro nas últimas décadas do século XIX, era música instrumental frequentemente virtuosística: ocupação de gente que tocava em troca de bebida ou mesa farta, animando as festas; músicos que partiam dos gêneros importados da Europa – valsa, schottisch, polca – e que, através de um estilo próprio de execução, foram transformando esses gêneros numa "arte instrumental brasileira" da melhor qualidade. Além da forte influência do Choro, Villa-Lobos teve outra importante manifestação musical em sua formação autodidata, que mais tarde aparece em sua obra, ao ouvir prelúdios e fugas do Cravo bem temperado, de J. S. Bach. Essas fortes experiências vividas com os Chorões e a liberdade de improvisar, somados ao contraste da disciplina da obra de Bach, marcaram toda sua obra. Cada um dos Prelúdios homenageia algum aspecto da cultura brasileira: o Prelúdio nº 1 é uma homenagem ao "sertanejo brasileiro", remetendo ao som da viola caipira; o Prelúdio n.º 2, uma homenagem à figura boêmia do "malandro carioca" dos anos 40; e o Prelúdio n.º 3, uma homenagem ao compositor barroco Johann Sebastian Bach. (SANTOS, Turíbio. Heitor Villa-Lobos e o Violão. Rio de Janeiro: Museu Villa-Lobos, 1975).