Solidão é Azul
Descrição
Uma mulher, que transita por estágios que refletem a solidão das pessoas que sofrem do transtorno psiquiátrico e, principalmente, a incompreensão e a condenação da sociedade. Na trilha sonora, entre notas líricas do piano e momentos de cordas tensionadas, a exclamação de vozes anônimas. Ações sonoras para as quais o corpo da intérprete reage ora com expressões pungentes, ora com a sutileza de pequenos movimentos nas extremidades dos membros. Característica da dança oriental Butoh, que Solange pesquisa há pelos menos duas décadas e que incorporou de modo muito pessoal à sua arte: "O Butoh necessita de uma carga de vida mais extremada. Eu desenvolvi o meu Butoh, fruto das minhas vivências". Este trabalho aborda a perspectiva do enclausuramento que nos obriga a adentrarmos em nossas profundas camadas de solidão. O cuidado consigo, que antes se ignorava, apresenta-se neste momento, imprescindível. "A solidão é azul" revela os interstícios de uma mulher que encontrou no movimento o que nos aproxima enquanto humanos: a capacidade de expressarmos os indizíveis sentimentos que a solidão nos revela.