Soilse Coirp
Descrição
Soilse Coirp, ou corpo de luz em irlandês, é uma vídeo-dança preparada para Peso Expandido - Táticas Móveis em Arte Contemporânea.
Em 2013 quando morei em Dublin, Irlanda investiguei a iluminação da cidade, que era bastante detalhada e nada óbvia, construída de uma maneira que complementava prédios e o urbanismo como um elemento concreto. Eu, como iluminadora profissional a mais de 10 anos sempre me inspiro com o que está ao meu redor, e o uso da idioma irlandês para título da obra é uma homenagem aos lugares que me inspiraram. Naquele momento foi desenvolvido o vídeo Ollphéist Iúilie Agus Na Soilse para o evento Ornitorrinco - Modos Transitivos de Criação, que ocorreu em Curitiba e Vitória, Espírito Santo.
A muito tempo em meus trabalhos de iluminação busco opções de iluminação alternativas as que usamos em teatros e casas de show, de modo que performers sejam capazes de manipula-las por si. A partir da junção do processo de pesquisa de luzes alternativas, a observação das luzes nas cidades e minha pesquisa em dança, desenvolvi um estudo em video de práticas de movimento com luzes no corpo.
Após uma sequência de vídeos postados no aplicativo Instagram na parte de Destaques fui convidada para a expor na plataforma itinerante em artes, Peso Expandido - Táticas Móveis em Arte Contemporânea, que ocorreu no fim de janeiro de 2020 no Ap da 13 em Curitiba. Uma plataforma que nasce do exercício in progress, independente e auto-gerido de dois artistas que se juntaram para trabalhar limites técnicos, representativos, geopolíticos, cartográficos e culturais, Leo Bardo e Matheus Henrique, ambos artistas residentes do espaço Casa Selvática. O que une minha pesquisa ao Peso Expandido é o interesse em um aprofundamento na investigação do experimentalismo na arte contemporânea.
Peso Expandido foca em intercâmbios com outros artistas e casas de cultura do país e da cidade de Curitiba, desenvolvendo uma produção necessária e urgente de novas memórias, arquivos e realizações, a fim de reforçar que a cultura visual deve e pode ser um patrimônio público no âmbito de produções que consideram urgentes nos campos da ação, do objeto e da tecnologia, e em como estas podem estar inseridas em diferentes contextos de criação nestes espaços independentes.
Criar esta videodança foi uma oportunidade de continuar a investigar corpo e tecnologia: um híbrido entre o movimento e a luz como corpo concreto que dança a seu tempo. O trabalho de pós edição do vídeo permite que a dança seja re-coreografada pela tecnologia, podendo alterar velocidade, cor e duração. A luz troca de lugar, não sendo sua principal função a de iluminar o corpo, mas sim ser o corpo em destaque.
Autor
Semyramys Hedyzyanne Monastier