Sem Licença: suporte e imagens fotográficas na rua
Descrição
Esta publicação tem como objetivo compartilhar a trajetória da Galeria Sem Licença, projeto que mudou a paisagem urbana na região em que foi criado: o centro histórico da cidade de Curitiba.
Hoje a Sem Licença tem atuado em situações pontuais e não ocupa mais o muro do Clube Operário – onde aconteceu o maior número de edições – , mas artistas seguem colando e pintando o espaço que originou a Sem Licença, demonstrando que o lugar da fotografia e da arte também é na rua.
A Galeria Sem Licença surgiu gradativamente, por meio de ações de ocupação do muro do antigo Clube Operário no centro histórico de Curitiba. A ocupação teve início em meados de 2011, mas foi em 2012 que a ação ganhou um novo caráter, pois passou a constituir uma proposta de curadoria e consolidar-se como galeria. O projeto, encabeçado pelo fotógrafo Pedro Vieira, realizou dezenas de exposição até 2015. Este e-book tem como objetivo compartilhar com o público a trajetória do projeto com foco principal nos anos em que ele esteve mais ativo e reuniu dezenas de nomes da fotografia nacional e internacional.
A história da Sem Licença começou no pré-carnaval de rua de Curitiba. Foi após este evento que a primeira exposição coletiva foi organizada ao redor de uma curadoria intitulada: Sem Licença para o Carnaval. Desde de então, além de ocupar o muro do centro histórico da capital paranaense, a Galeria Sem Licença ampliou seus limites e ocupou muros e espaços em outras cidades, como o Centro de Arte Contemporânea de Quito (Equador), o centro de Juiz de Fora durante o FESTIVAL FOTO 12, o Centro Cultural Fábrica Braço de Prata em Lisboa (Portugal), os muros de uma escola pública em San Martin de Los Andes na Patagônia (Argentina) e Morretes no Paraná (Brasil) durante o festival Stop Fotográfico. A Sem Licença tem como proposta principal não pedir licença para a arte, para debater publicamente assuntos do cotidiano das pessoas e com isso atingir o público que passa pelas ruas e acompanha o movimento da cidade. As exposições são organizadas com temas definidos, são efêmeras e ganham novos significados por meio da interação que ocorre entre obra, artista e público. As pessoas que passam pelas ruas veem, fotografam, rasgam, desenham, pintam e alteram as obras.
A Galeria Sem Licença promove a fotografia como estratégia para ativar reflexões sobre o espaço urbano e construir outras visões sobre o mesmo. Ao colocar os trabalhos na rua eles passam a fazer parte da cidade e criam lugares de encantamento onde antes havia apenas um muro vazio. A Galeria não pede licença para criar esses desvios em meio ao caos urbano e suspende a realidade por alguns minutos, criando um espaço público aberto para se pensar imagens.
Autor
Pedro José Sorroche Vieira