Descrição

O projeto, nesse sentido, aborda as nuances da ancestralidade compreendendo como criar caminhos no cenário contemporâneo. Além disso, Odu Boamorte visa lançar um olhar atento sobre questões como a do anticolonialismo e sobre quais as possíveis saídas, principalmente a partir da arte, de cenários restritivos quando da experiência da alteridade, classificada, por determinados agentes culturais/sociais — situados em posições de poder específicas — como inferior, degradante, não pertinente etc. Assim, Odu se pretende um exercício da diferença a partir da prática da performance: ao mesmo tempo o resgate de uma ancestralidade roubada e interditada pela ação colonizadora. Odu fala sobre o caminho, individual e coletivo, de cada um, mas não como destino e muito menos como um saber absoluto, mas como algo maleável e subjetivo, em que a experiência de cada ser é levada em consideração na hora da fruição estética. Fruição sempre participativa, na medida em que a obra só se constrói na presença das pessoas que a experienciam. Daí o porquê de falar do caminho único de cada pessoa: os espectadores (ou participantes) criam a sua própria noção sobre o que é Odu Boamorte. E é justamente pelo o que foi exposto acima que digo que meu maior objetivo, como propositora e performer, é a realização de uma obra livre de cunho moralista e que não pretenda criar nenhum valor específico a ser seguido e prestigiado. O que queremos, com esse trabalho, é apenas mostrar uma das muitas realidades possíveis para a vida, para a arte, para a expressão da espiritualidade, para filosofia... Não tenha medo de morrer, preocupe-se com o ANTES. Agora imagine uma Boamorte. Tópicos a serem abordados: Performance; Processos artísticos; Práticas anticolonialistas; Inserção de mídias tecnológicas na arte; Relação entre corpo e tecnologia; Relação entre vida e morte; Arte contextual. Algumas referências para esse trabalho são: O Manifesto Ciborgue, Donna Haraway; 9 variações sobre coisas e performance, André Lepecki; TAZ, Hakim Bey; Monstrutivismo: reta e curva das vanguardas, Lucio Agra.