Maé da Cuíca, Vila Tassi e a Bateria Boca Negra

Descrição

"Aqui nós tivemos um grande mestre do samba. Mas nos ensinou que o centro rítmico da vida, a aurora de todos os anseios, de todas as paixões, está na música". (Cláudio Ribeiro) "Sem dúvida alguma, Ismael Cordeiro - Maé da Cuíca é a maior expressão do carnaval de Curitiba. Quando eu, um garoto de 17 anos, vi pela primeira vez uma manifestação da Escola de Samba Colorado e o choro da cuíca acompanhada pela batida solo de um surdo, pela perda de um componente da escola na avenida… naquele momento nasceu a minha paixão pelo carnaval". (Glauco de Souza Lobo) "A Vila Tassi acabou. Mas o samba da Vila Tassi está aí… na história e no presente do carnaval curitibano". (João Carlos de Freitas) A história das escolas de samba e do samba-enredo no Paraná começa com um cálice de licor ingerido em 1932. Ismael Cordeiro, então com cinco anos. Tomou a dose e passou mal, a ponto de fazer com que seu pai, ferroviário em Ponta Grossa, tivesse que levá-lo de vagonete para Curitiba no meio da noite. Ficou em tratamento por alguns dias, tempo suficiente para que o quilômetro 108 da ferrovia, um pátio de manobras de trens anexo à ferroviária tivesse um novo trabalhador, o pai de Ismael transferiu-se para Curitiba, para acompanhar a recuperação do garoto. A família Cordeiro se instalou na Vila Tassi, já reconhecida por abrigar trabalhadores ferroviários que tinham no samba o momento de descontração. E toda tarde tinha samba na Vila Tassi. A casa de Ismael, que começava ali a virar o Maé da Cuíca, está localizada entre os fundos dos moinhos Anaconda, divisado pela ciclovia, a linha férrea e do outro lado da rua os fundos dos estádio da Vila Capanema, que também faz parte da história de Maé. Os sambas na Vila Tassi continuavam diários, agora com a ajuda de Maé que passou a organizar passeatas festivas e musicais durante os carnavais da cidade: embriões dos desfiles. A Escola de Samba Colorado foi fundada em 1946, mas já no ano anterior desfilou, fazendo com que mais de 400 pessoas a seguissem. Vencer o preconceito e levar o samba às ruas de Curitiba foi a missão de Maé. Da Vila Tassi, a pequena multidão subiu a Rua Sete de Setembro até a estação ferroviária. Alcançaram a Rua XV de Novembro e foram até a Boca Maldita. De lá, voltaram para a Rua XV e entraram no antigo Bar Cometa, que, comovido pela novidade, serviu os músicos com cerveja e sanduíches em troca de música. Assim nasceu a Escola de Samba Colorado, que ficou conhecida pela extraordinária bateria que desfilou nos carnavais de Curitiba durante muitos anos. O filme MAÉ DA CUÍCA, VILA TASSI e a BATERIA BOCA NEGRA, é um dos filmes mais importantes realizados no Paraná nos últimos anos.

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