Descrição

Poesia pichada: uma flor nasceu na rua. Paulo Leminski É comum as pessoas andarem pela cidade, sem observar atentamente os ambientes que as cercam. Seja pela pressa, pelo uso de dispositivos eletrônicos ou pelo simples fato de estarem acostumadas ao trajeto que percorrem. No entanto, algumas artes visuais surgem, inesperadamente, para chamar nossa atenção. Tendo o muro como suporte e a tinta como ferramenta, os grafites interferem na paisagem urbana dando voz a ideologias, protestos e sentimentos que ficam ali, para a cidade toda ver. Será que o traço colorido, o desenho bem elaborado, que nos convida a reflexão, a fruição estética e, até mesmo, a participar na construção de sentido, representa somente o sentimento do artista? O grafite teve uma significativa expansão entre as artes de rua nas últimas décadas, não apenas como representante de culturas minoritárias, mas sim como registros de pensamentos e dúvidas de uma geração. Ao interagir com o público de maneira direta produzindo uma intervenção no cenário urbano, essa manifestação artística visual garante a sensibilização da população, uma vez que possui um caráter dinâmico repleto de ideologias. Portanto, a sua relevância enquanto arte e enquanto discurso é inegável. Por acreditar que essas intervenções temporárias representam o pensamento de uma sociedade, a identidade de uma população e o momento histórico em que são feitas, o presente projeto tem por objetivo fazer um convite para um passeio virtual e colorido pela cidade, além de criar um registro de manifestações artísticas que dão vida ao cenário urbano. Para tanto, o vídeo apresenta intervenções artísticas originais, que não apenas modificam a paisagem, mas que atribuem novos sentidos ao espaço onde estão inseridas. Tal iniciativa é importante, pois permite que as manifestações produzidas sejam observadas mesmo em um momento de isolamento social. Além disso, cria um registro da arte de rua contemporânea de Curitiba, a fim de torná-las duradouras, uma vez que até poderão ser apagadas das paredes, substituídas por outras pinturas, mas estarão guardadas ali, em uma memória digital