Descrição

Essa proposta tem como fundamento divulgar os ritos e a tradição de matriz africana, a partir da religiosidade do Candomblé. O candomblé é uma religião que emerge da diáspora africana no Brasil e, por influência da ótica iorubana, considera sagrado tudo o que é natural. O princípio da partilha de conhecimento na cultura candomblecista está no convívio, e a oralidade é o maior e mais importante veículo de partilha do conhecimento dessa cultura. Os ensinamentos tradicionalmente são passados do mais velho ao mais novo, na maioria das vezes, por meio de ORINS (cantigas) que são ministradas com acompanhamento de um ILU (ritmo dos tambores e demais instrumentos da tradição candomblecista e expressão do modo que o corpo deve se portar) e um conjunto de gestos significativos do corpo em movimento, IJO (dança). Facilitar a aproximação, no trato e na aquisição, aos signos da cultura de terreiro, tem sido uma preocupação constante nos últimos anos e está diretamente ligada à viabilização de condições de acesso fácil aos conhecimentos do terreiro e sua utilização autônoma, total ou assistida, a todas as pessoas. A demonização que a cultura de terreiro sofre evidencia a pertinência de propor uma acessibilidade semântica do candomblé e das culturas religiosas afrodescendentes. Nesse sentido, essa proposta tem como objetivo perpassa por esses conhecimentos e tradicionalidade através da ritualística iniciática registrada no material áudio visual - Ile Baru no caminho do sagrado. A casa de asé Ile Baru tem liderança religiosa e fundadora a Iyalorisá Edna de Baru que teve sua infância marcada pela vivência nos terreiros frequentados por seus pais em Brasília, Minas Gerais e Rio de janeiro. Ainda criança começou a ser instruída sobre a liturgia da umbanda. Em 1982, já sendo mãe de santo de umbanda, iniciou-se na religião do candomblé por intermédio de Pai Balé Tosilegun Nla Orisa e Mãe Valmicia Zumba Miredã. Em 1990 começou a desempenhar e conduzir atividades religiosas no candomblé, e em 1994 iniciou sua comunidade religiosa e sócio-cultural ILE ALAKETU IJOBA BAYO ASE BARU OROGBOLAPE. Desde a fundação, Mãe Edna de Baru conduz o Ile Baru e está à frente do Grupo Senzala Foz e da Colônia Afro Brasileira, desempenhando anualmente atividades de manutenção e promoção da cultura de matriz africana por meio de festividades litúrgicas do candomblé e da umbanda, eventos populares, participações nas mídias locais, rodas de conversas, palestras e eventos culturais beneficentes. Destaca-se também sua atuação política, sendo referência religiosa e de protagonismo da mulher negra no oeste do estado do Paraná, convidada frequentemente a participar de eventos desta ordem em todo o Brasil. E nessa oportunidade, estará divulgando seus fazeres e o ancestral que louva através da experiência do projeto - Ilê Baru no caminho do sagrado.