A Fome não tem Classe

Descrição

A ideia do filme surgiu em 2010, quando eu estava no Rio de Janeiro a trabalho e acabei conhecendo por curiosidade o restaurante popular da central do Brasil. As várias classes sociais em um mesmo espaço, na mesma mesa comendo a mesma comida. Já em Curitiba, depois de alguns anos acabei comentando da ideia do filme com um casal de amigos, Jaqueline M Souza e Marcos Hinke apresentados pela minha namorada na época,Edna Miranda. Eles adoraram a ideia e sem nenhum recurso fomos às filmagens. Porém antes de comentar com eles eu já vinha frequentando o restaurante popular aqui de Curitiba na praça Rui Barbosa. Nesta mesma época comecei estudar cinema, e falei com um professor sobre a ideia do filme, o professor Wagner, que me orientou para um primeiro argumento. Somente após muitas pesquisas de campo e um primeiro argumento procurei Jaqueline e Marcos, que já eram da área de cinema e que tinham mais experiência que eu. Conversando com eles comentei que indo ao restaurante popular, percebi que havia por parte de algumas pessoas um certo incomodo com relação às várias classes sociais. Uma vez que o restaurante popular é feito para atender principalmente as classes sociais mais vulneráveis como moradores de rua, catadores de reciclável ou quem não pode almoçar em um restaurante mais caro. Existe por parte da sociedade um preconceito com relação aos "mau vestidos" ou a pessoas de diferentes classes sociais e de baixa renda. Diferente de um restaurante da classe média ou particular, no restaurante popular não existe restrição a nenhuma pessoa ou ser humano que queira almoçar ali. O que se percebia também, é que muitas pessoas que tem condições de pagar um valor mais alto para almoçar frequentavam o restaurante. Havia um conflito, combinamos que frequentariamos o restaurante popular por uma semana, antes disto eu havia conversado previamente com algumas pessoas que nos concederiam uma conversa. Isto também ficou bem definido, conversando com a Jaqueline e com o Marcos, a ideia era criar um certo vínculo ou aproximação com a pessoa e não uma entrevista como no jornalismo, queríamos que fosse um bate papo durante um almoço com qualquer pessoa que estivesse interessada em conversar sobre a vida, o mundo, as impressões dela sobre a vida, sobre a comida, sobre ela própria...Além de contar com essas pessoas previamente combinadas, queriamos o fator do risco, do inesperado, e pra isso combinamos que conversaríamos também com pessoas que não tinhamos marcado nada e que simplesmente aceitaram conversar naquela hora sobre a vida. Muitas surpresas aconteceram, o documentário nos revelou muito sobre nós mesmos, e nossos personagens e após muitas horas, meses na mesa de edição tivemos que decidir o que seria " a fome não tem classe". Esta obra, feita em 2017, só foi possível com a generosidade e confiança que tive dos amigos: Edna Miranda, Marcos Hinke, Jaqueline M Souza e Wagner de Alcántara Aragão

Autor

Glauco Anibal Ranciaro

Local de apresentação

Curitiba

Data

2017

  • A Fome não tem Classe