Descrição

O livro é a adaptação da tese em História da Alimentação pelo Programa de Pós-graduação do curso de História da UFPR, cuja proposta é apresentar as tradições culinárias existentes em famílias descendentes de alemães luteranos, a frequência e os momentos em que estas aparecem, se fazem parte do cardápio do dia a dia ou das festividades, bem como as práticas alimentares e os rituais que as envolvem. Partimos do pressuposto que uma identidade étnica, renovada ou reafirmada, torna-se presente mediante tradições culinárias típicas à etnia, no caso, à alemã. Através da comida, podemos perceber como foi construída a identidade étnica do grupo, pois, se hoje a comida possui determinada função, veicula determinados sentimentos, é porque existe todo um processo histórico que os justificam. 

Apresentamos as tradições culinárias que estavam presentes entre os alemães da primeira metade do século XX e analisamos o significado de sua presença, as adaptações e modificações realizadas e a influência dos contatos culturais, que se reflete na alimentação destes descendentes de alemães.

A comida pode nos revelar muito além das suas qualidades nutricionais. Por trás de toda sua roupagem de calorias, proteínas, carboidratos, por trás daquilo que ela pode nos fornecer fisiologicamente, está um mundo de significações, representações, história. Comida é presente, é passado, é futuro. Comida é memória, é identidade. "Dize-me o que comes e te direi quem és". Partindo desta concepção, entendemos o vínculo destas pessoas com suas tradições culinárias; a reafirmação ou renovação de uma identidade étnica alemã, o deutschtum, vestígio do passado, através da memória que a comida pode despertar, traduzindo-se em uma memória coletiva e o despertar de uma "memória afetiva".

Autor

Juliana Cristina Reinhardt