Corpo D’água
Descrição
Corpo D’água se engendra em meio à pandemia da Covid-19 e ao aprofundamento da estiagem no Paraná. O estado foi assolado pela mais severa seca já registrada, alterando não somente a paisagem, como também o cotidiano e vida dos paranaenses. Os impactos de tal quadro climático se assentam em questões econômicas, políticas, sociais, ambientais e culturais complexas e polêmicas, e alteram a relação da população com a natureza no sentido amplo, com o uso e consumo da água, e com aspectos mais particulares e subjetivos da condição humana. Como ser corpo, majoritariamente água, e vislumbrar essa escassez como tendência para a humanidade? Como se move um corpo d'água em tempos de estiagem e seca? Onde estão os caminhos para reverter tal assombro? Corpo D’água coloca em discussão o atual dilema da falta d'água, e seus reflexos nas paisagens, nos corpos e na dança produzida neste contexto, através de performances realizadas em espaços abertos que dialogam entre si, a partir de movimentos inspirados na estiagem e seca, na desertificação e mecanização do campo e nas nascentes de água. O corpo como fronteira permeável dialética entre o que está no ambiente – as intempéries, a materialidade, a objetividade –, e o que reverbera dentro – subjetiva, fisiológica e energeticamente.