Circularidade e Poesia no Cinema de Abbas Kiarostami
Descrição
A necessidade do cinema movente do diretor iraniano, movimentou e imergiu a autora em filmes que discorrem acerca da vida e da morte ou sobre a fragilidade de se falar sobre esses assuntos em nosso meio social. Esse aspecto reflexivo na carreira do diretor foi o ponto de partida para a pesquisa intitulada "Circularidade e Poesia no Cinema de Abbas Kiarostami".
Ao abordar essa estética circular que percorre sua obra desde o primeiro curta do diretor, "O pão e o beco" , a autora buscou pôr em foco a subjetividade poética de dois de seus filmes, nos quais ambos os protagonistas são impedidos de seguir seus respectivos caminhos: Gosto de cereja (1997) e O vento nos levará (1999). Em ambos os filmes, Abbas Kiarostami realiza um trabalho de repetição narrativa e consistência na maneira de filmar. Ao determinar que seus protagonistas percorram o mesmo caminho o estilo reflexivo de Kiarostami, proporciona uma experiência a respeito da vida e da morte.
Kiarostami nunca se mostrou como um cineasta que apenas executa o roteiro. O cinema dele se propõe a refletir, e nos leva a refletir também, sobre o mundo e a vida das pessoas. Por meio dessa combinação do imaginário de Kiarostami com o do espectador, tornou-se possível o desenvolvimento de um cinema cujo propósito reside em proporcionar ao espectador a oportunidade de refletir sobre a vida também.
A investigação desta análise foi dividida em três partes. Inicialmente um breve resumo da carreira do diretor e discussão dos seus métodos e características, que serão relevantes para a ideia de circularidade. Em seguida, o resumo abordará a necessidade de uma mobilidade e de uma reflexão por parte dos protagonistas e dos espectadores como algo fundamental para o cinema do realizador iraniano Depois, discutiremos a mise en scène (encenação) singular do cineasta. E, por fim, a análise dos dois filmes escolhidos para discutirmos como os métodos do realizador se aplicam a suas obras.
Autor
Yasmin Gabrielle Rahmeier Souza