Cinecelular

Descrição

"Cinecelular" é um curta-metragem ficcional experimental do gênero ficção científica, com duração aproximada de quatro minutos, que conta a história de um superoitista que viaja no tempo e descobre um jovem voyeur e uma jovem narcisista usando suas estranhas máquinas de filmar. O filme promove um encontro de gerações: das câmeras de película aos atuais smartphones. O encontro despretensioso logo se torna em uma perseguição onde o passado e  o presente deixam vestígios para as gerações futuras. O filme busca explorar os limites entre as linguagens do super-8 e das câmeras digitais, como o smartphone, a partir das características que as aproximam, como o autoretrato/selfie, a gravação em tomada única, a democratização de acesso, e os seus públicos-alvo. 

O advento da câmera de super 8 representou para a geração dos anos 70 e 80 uma revolução no acesso às câmeras de cinema. Embora outras câmeras já tivessem uso doméstico, foram as câmeras super 8 que popularizaram e democratizaram a filmagem de acontecimentos, autoretratos, curtas-metragens, e outras experimentações fílmicas. O mesmo processo se percebe amplificado na atualidade, com a novidade dos smartphones e câmeras de vídeo com qualidade profissional acessíveis para a população comum, que trouxeram novas narrativas e estéticas, como a de selfies, tiktoks, filtros de Instagram, e uma variedade de memes. O encontro entre a película e o vídeo em uma narrativa de viagem no tempo traz para o espectador a metáfora direta do smartphone como o "avô" da câmera super 8, estabelecendo uma relação referencial muito importante para a proposta do curta-metragem.

"Cinecelular" foi gravado com uma câmera super 8, a partir da técnica de tomada única, que consiste em gravar e montar o filme na própria câmera, sem recorrer a edição externa. Este método traz inúmeros desafios de produção, como a necessidade de grande preparação, uma vez que toda a narrativa deve ser gravada na sequência cronológicas das ações. Este dispositivo tem também função narrativa, pois busca diálogo com os atuais métodos de gravação e edição de vídeos em câmeras de smartphones. Os vídeos compartilhados por todos nós em nossas redes sociais são, muitas vezes, realizados em tomada única. 

"Cinecelular" foi realizado através de oficina do 11º Curta 8 - Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba, no ano de 2015. O filme foi exibido durante o festival, que é considerado um dos mais importantes desta categoria na América Latina. O curta-metragem é do diretor Gil Baroni, um dos mais proeminentes realizadores de cinema paranaenses, diretor do longa-metragem "Alice Júnior" (2019), primeiro longa-metragem paranaense selecionado para o 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim, e ganhador de 11 prêmios e 2 menções honrosas em festivais de cinema, como o Festival de Brasília, o Festival do Rio, o Festival Mix Brasil, o aGLIFF (EUA), o Outfest Los Angeles (EUA), o Reel Q (EUA), e o Oslo/Fusion (Noruega).

Autor

Gilberto Baroni Filho

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