Descrição

Mistura de sonho e realidade, Catástrofe fala do universo de uma mulher que modifica o tempo, transforma sol em tempestade através do abrir e fechar dos olhos e que tenta desesperadamente através desse movimento de pálpebras enxergar lampejos ensolarados em meio as tempestades. Uma mulher que acredita ter uma tsunami dentro de si. Quem de nós não tem? O texto, recheado de poesia, fala da solidão contemporânea, esse sentimento que é inerente a condição da existência humana. Uma tentativa de dialogar com as diversas ideias do que pode significar esse sentimento, refletindo sobre sua definição de isolamento, mas também sobre os questionamentos filosóficos que a palavra nos traz quando pensamos na dificuldade que o ser contemporâneo tem em pensar a solidão como uma possibilidade de libertar-se de alguns laços para ficar disponível para outros. O edital nos possibilitou revisitar essa obra. Em 2020 as palavras solidão e isolamento ganharam outra dimensão, por conta da pandemia. Por isso entendemos a importância de olhar novamente para esse espetáculo, agora em um formato hibrido, uma mistura de teatro com cinema, teatro filmado, ou seja lá qual for o nome que isso tenha. Mas sim, uma maneira de fazer teatro em tempos de pandemia, mesmo sem o público no aqui e agora, mas buscando maneiras de encontrar o estado de presença, sabendo que independente do tempo que for, em algum momento nos encontraremos com esse público, que vive e lida em seu cotidiano com muitas tsunamis internas. É importante ressaltar que nenhum dos artistas envolvidos no projeto possui experiência no campo audiovisual, e que por se tratar de um projeto que em sua essência é de teatro, existe uma escolha artística em contrastar as imagens cruas com o texto poético. A música "Ela vestiu-se de vermelho" utilizada no trabalho, é de autoria e interpretação de Leo Fressato.

Autor

Ciliane Vendruscolo e o diretor, dramaturgo e músico Leo Fressato.

Data

2011