A Casa sem Separação
Descrição
"A casa sem separação" é um curta-metragem com 25 minutos de duração, lançado em 2015 com estreia na mostra competitiva do Festival Olhar de Cinema, sendo um dos poucos curtas paranaenses que conseguiram competir na mostra principal (fora da mostra local), nas nove edições do festival. Filmado na cidade de Sertaneja, interior do Paraná, o curta narra a história de Mariana, que retorna à pequena cidade, para o velório de sua avó. Como a família é numerosa e o velório avança a madrugada, ela e suas primas vão dormir dentro de um carro e conversam sobre o futuro e se a partir de agora elas ainda continuarão a se reunir. Quando vai dormir, Mariana nota que a lâmpada interna do carro não se apaga e ela é a única a ficar incomodada. Mariana sai do carro e encontra pelas ruas uma velha amiga da cidade e as duas dão um passeio, dividindo suas angústias, o partir e o chegar de estarem ambas, de alguma forma, presa e atadas aos dramas familiares de cada uma. O filme foi bem recebido pela crítica e festivais de cinema, sendo, até hoje, colocado em importantes listas como um dos melhores curtas brasileiros da última década. É a partir desse curta, que Nathália Tereza consegue encontrar uma identidade cinematográfica que ao longo dos anos se desenvolve cada vez mais, como uma diretora centrada em dramas atmosféricos e onde as personagens ocupam um papel central na narrativa, com complexidade e precisão. Esse projeto participou da oficina de roteiro ministrada pela renomada cineasta Lucrécia Martel e parte desse processo foi publicado no livro "Conversas sobre uma ficção viva" - https://issuu.com/tambormultiartes/docs/livro_web Nathália Tereza também é fotografa e registrou o trabalho em uma espécie de diário de bordo, que está publicado em seu site: http://cargocollective.com/nathaliatereza/a-casa-sem-separacao-the-undivided-home Breve nota da direção: "A casa sem separação" é meu trabalho mais abertamente autobiográfico e o primeiro curta que consegui desenvolver como artista, minhas ideias não só dramatúrgicas, mas estéticas e éticas. Sou natural de Cornélio Procópio, uma cidade próxima à Sertaneja, ambas no Paraná, onde minha família materna se criou. Filmado de maneira totalmente independente, a conexão entre a equipe também se firmou para os trabalhos seguintes, dando continuidade à uma profunda troca artística. Foi nesse projeto que me desafiei e provoquei a descobrir como ensaiar com as atrizes, inventei métodos de imersão, passamos meses nos encontrando semanalmente para termos uma intimidade que nos soasse familiar. Emprestamos câmeras e equipamentos para a produção do curta, assim como mobilizamos a pequena cidade. Aprendi que uma equipe pequena era muito importante para conseguir o que eu almejava, assim como o tempo. Sou uma cineasta que filma de maneira lenta e que observo a necessidade de cada um dos meus colegas, na tentativa de que possamos sonhar juntos um mesmo filme.
Autor
Nathália Tereza
Local de apresentação
Sertaneja - PR
Data
2015