Brasiliana
Descrição
A palavra é poder tanto quanto o direito de proferi-la, de acessá-la, de reinventá-la, sabemos.”
Priscilla Pontes
Habitar a terra é mais do que passar pelas ruas da cidade, é também ser atravessado pela história que estes espaços carregam, e emanam. É poder desfrutar de suas abundâncias sem pedir licença ao Estado, é também ter o poder de morar em terra e não morrer de fome. Aprender sobre a vida com a própria terra, respeitando o tempo das coisas, compreendendo seus ciclos, se tornando filha da terra, estabelecendo conversas íntimas, para enxergar nossas camadas. Decido contar minha história atravessada pelas moças que estão por trás da estátua no Paço da Liberdade nomeada “Água pro Morro” de Erbo Stenzel ( 1911-1980), conhecida como Maria Lata d'Água. Sinto que estamos sincronizadas pelas águas de nossas histórias, eu, Maria Mercedes, inspiração da obra do artista plástico e Anita Cardoso modelo para a realização da obra. Três mulheres negras que transbordam a territorialidade de Curitiba.
Entre vidas e concretos, permeiam nossas águas que precisamos cavar fundo para encontrá-las. Águas que consistem em nossa sensibilidade, as águas desta terra, as águas. Seguiremos banhadas pela abundância de nosso encontro.
Ass: Stephanie Fernandes de Carvalho
Autor
Stephanie Fernandes de Carvalho