Armando Ribeiro Pinto: o início da crítica de cinema no Paraná

Descrição

A videoaula "Armando Ribeiro Pinto: o início da crítica de cinema no Paraná" contextualiza as raízes da crítica de cinema em nosso estado através de seu pilar central: o crítico e literato Armando Ribeiro Pinto. Sem ainda nenhuma antologia de sua obra crítica, Armando Ribeiro Pinto foi o pioneiro tanto na crítica de cinema quanto no cineclubismo em nossa cidade. Nos anos 40, passa um ano na França junto ao crítico de cinema paulista Paulo Emílio Salles Gomes, assistindo aos ciclos organizados pela Cinemateca Francesa de Henri Langlois, a mesma que formaria a gênese dos Cahiers du Cinéma e a Nouvelle Vague. Não é de se espantar que após sua volta para Curitiba ele seja o fundador daquele é considerado o primeiro cineclube que a cidade viu: O Clube de Cinema do Paraná, de 1946 até 1949. Chegam então anos 50 e Armando dirige com Josmar Ricardo dos Santos o curta-metragem Mudo Curitiba, em 16mm. Até então, sua trajetória concilia a cinefilia, a programação e a prática cinematográfica. Paralelo ao cinema, nutre o amor pelas letras, pinturas e artes em geral no ambiente do mítico Café Belas Artes, onde reuniam-se poetas, escultores, músicos, pintores e literatos da época. É neste ambiente cultural que suas palavras, pensamentos e sensibilidade encontram vazão na crítica de cinema, na coluna Cinerama do Diário do Paraná (de 1954 até 1959) e a na revista Guaíra (de 1957 até 1959). A sua produção neste jornal fez pela cidade a distinção até hoje necessária entre o jornalismo cultural e a crítica cinematográfica. Na virada para os anos 60, Armando Ribeiro Pinto abre as portas de toda uma geração, afirmando que se pode produzir por aqui como no eixo RJ-SP, França ou Itália. Acima de tudo, quando a pena de Armando encontrou as luzes das telas, Curitiba ganhou três coisas: originalidade, modernidade e sagacidade ao falar de cinema. Hoje, quando pesquisamos pelo seu nome, encontramos o contista mais do que o crítico, com o seu livro Contos Bissextos (1980, FCC) disponível em sebos, com o verbete do Café Belas Artes, no Dicionário das Artes Plásticas no Paraná de Adalice Araújo, citando-o como literato. A exceção se dá nos tabloides de Aramis Millarch, reconhecendo sua importância. Valêncio Xavier em sua gestão no MIS encomenda para Lélio Sotto Maior Jr., um crítico tão importante quanto Armando foi, a realização de um dos Cadernos do MIS dedicado para os textos do Diário do Paraná. Infelizmente, ambos não os encontraram naquele momento. Hoje graças ao acervo digital da Hemeroteca Nacional da Biblioteca Nacional, as críticas de Armando conseguem ser lidas nas digitalizações realizadas do jornal, ganhando no presente o mesmo ineditismo que um dia tiveram, naquelas manhãs em que se abriu a coluna Cinerama e pode-se ler o quão grande foi Armando Ribeiro Pinto. Cinquenta e cinco anos depois, a videoaula apresenta um novo crítico de cinema para a cidade.

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